sábado, 30 de janeiro de 2010

JUAZEIRO ANOS 60 - Daniel Walker

No momento em que este município caminha para comemoração do seu Centenário de Independência Política cresce entre um grupo de saudosistas locais a ideia de guardar a memória dos Anos 60 em Juazeiro do Norte. Existe uma razão muito forte para isto, pois foi naquela década que aconteceram transformações bastante significativas na vida desta cidade.
Eis aqui algumas:
NO CAMPO POLÍTICO: aconteceu o fim da era Feitosa, o início da era Bezerra e o surgimento da era Mauro Sampaio; extinguiram-se UDN e PSB e surgiram Arena e MDB; desapareceu o tempo dos gogós e carrapatos, representados por Zé Geraldo e Dr. Feitosa, respectivamente.
NO CAMPO ECONÔMICO: realizou-se a primeira Feira Industrial do Cariri, até hoje um marco na história econômica de Juazeiro; outro marco foi a implantação do Projeto Azimov.
NO CAMPO CULTURAL E DE ENTRETENIMENTO: a Jovem Guarda contaminava o Brasil e seus reflexos ocoavam também em nossa cidade com o aparecimento de bandas de rock, como o conjunto Jovem Guarda, Os Barulhentos, entre outros, e grupos teatrais, como Desafio; o cinema vivia seu tempo áureo com superlotação nos cines Eldorado e Capitólio, nas exibições de fitas inesquecíveis como as românticas Candelabro italiano, Dio como te amo, os bang-bangs italianos com Giuliano Gemma, Franco Nero, Clint Westwood, os cômicos com Jerry Lewis; as noites ficavam mais alegres com shows ou partidas de futebol de salão na Quadra João Cornélio e o velho CRP, embora sendo um serviço de altofalantes tinha status de emissora de rádio.
NO CAMPO EDUCACIONAL: três grandes escolas despertavam as atenções dos estudantes: Escola Normal, Ginásio Monsenhor Macedo e Ginásio Salesiano; no Dia da Pátria fazia gosto vê-los desfilar.
NO CAMPO DA IMPRENSA E RADIOCOMUNICAÇÃO: nasceu o jornal Tribuna de Juazeiro, símbolo de vanguarda da imprensa juazeirense até então; a inauguração da Rádio Progresso quebrava a liderança isolada da Rádio Iracema. Foi naquela década que surgiram na imprensa e no radiojornalismo os nomes que ainda hoje brilham no ramo. Programas como Discoteca do fã de Geraldo Alves, A cidade se diverte com Donizeti Sobreira, Coluna da Hora com Xexéu e Cajarana, Delegacia das lamentações com Walter Barbosa e Leofredo Pereira, entre tantos outros, dominavam em audiência. A Praça Almirante (que naquele tempo tinha seus bancos de marmorito) era o principal cartão-postal da cidade, o local onde tudo acontecia, um desfile diário de meninas bonitas. Foi lá que muitos casais de namorados trocaram seu primeiro beijo; foi lá também onde muitos namoros começaram e terminaram. E lá, no famoso Banco dos Velhos, figuras ilustres de Juazeiro dialogavam e traçavam os destinos da cidade. Nos Anos 60 a gente conhecia os vereadores (Gumercindo, Elizeu, Raimundinho...); os donos de lojas (Seu Raimundo Morais, João Lopes, João Ribeiro, Mário Vidal...); os médicos (dr. Belém, Mozart, Gilson , Odílio, Nilton, Possidônio, Hildegardo...); as autoridades (dr. Edwar, dr. Alênio...); comprava rolete de cana na Feirinha da Rua São Pedro; comprava presentes na Casa Morais, merendava na Beira Fresca, no Jaçanã Lanches, nas Sorveterias Rex, Havaí, Alvorada; ouvia atentamente as “loucuras” de Príncipe Ribamar; aprendia datilografia com professor Elias; tirava retrato 3x4 em Targino ou Raimundo Oliveira; era sócio do CEJ; participava de Encontro de Jovens; comprava cautelas do Festival Gonzaga; se divertia no Carrossel Maia; assistia à Missa de Natal na Praça Almirante e por aí vai.
Por tudo isso e mais alguma coisa, os Anos 60 em Juazeiro devem mesmo ficar guardados para sempre na memória de Juazeiro, especialmente na memória dos que viveram aquela época. E para tanto, já foi dado o tiro de largada: foi criado este blog para ser o local onde essa memória será guarda para a posteridade. Nele será arquivado tudo: fotos, depoimentos, notícias, enfim, o que foi feito por quem viveu ou presenciou os fatos daquela inesquecível época.
Portanto, todos que moraram em Juazeiro nos Anos 60 estão sendo convocados para participar do empreendimento. Depois o conteúdo do blog será transformado num bonito livro para que todos tenham em casa, na biblioteca, o Juazeiro dos Anos 60. Você que foi protagonista dessa história, participe!
É impossível mergulhar no Juazeiro dos Anos 60 sem emergir com os olhos cheios de lágrimas. Não lágrimas de choro, mas lágrimas de alegria. Alegria de ter participado de uma época dourada, gloriosa e inesquecível.
Na próxima postagem começaremos a mostrar JUAZEIRO NOS ANOS 60 e contamos com vocês. COLABORE TAMBÉM MANDANDO PARA SEUS CONTATOS DE E-MAIL O ENDEREÇO DESTE BLOG.