segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Juazeiro do meu tempo: Wellington Amorim: diamante verde - Por Jota Alcides

Um dos maiores escritores de todos os tempos, Léon Tolstói (1828-1910), genial intelectual russo, de família nobre ligada aos Czares, dizia que "o amigo de verdade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando nossa alegria e dividindo a nossa dor, pois a alegria de fazer o bem é sua única felicidade verdadeira". Por isso, o amigo de verdade merece uma consideração infinita, é eterno e a gente nunca esquece. Como Wellington Amorim, radialista brilhante do Juazeiro do Meu tempo, anos dourados do final da década de 1960. Foi locutor, redator, narrador e disck-joquei, com admirável desempenho, destacando-se nas paradas da Jovem-Guarda. Começou na Rádio Iracema em 1964 e em 1967 passou para a Rádio Progresso, onde seu programa mais prazeroso era o descontraído "Batendo Bola", com as últimas notícias e fofocas do futebol juazeirense. Como morreu precocemente e não deixou os registros mais palpitantes de sua vida, sinto-me no dever, na condição de seu grande e fraternal amigo, de transmitir aos que o conheceram ou ouvem sempre falar dele, algumas marcas de sua personalidade, de suas preferências, de suas aspirações e dos seus sonhos. Por isso, desejo compartilhar alguns momentos que vivemos juntos solitariamente, outros solidariamente, mas sempre fraternalmente e quase sempre descontraidamente. Refletem um pouco do seu perfil humano e profissional. Wellington Amorim era apaixonado pelo rádio. Para ele, o trabalho na Rádio Progresso do Juazeiro, como locutor, disck-joquei, apresentador de programas esportivos, não era trabalho, era lazer. Com a vantagem que ainda era pago. Passava o dia inteiro na rádio. Sua mãe, dona Assunção, entre feliz aprovação e sutil reclamação, falava baixinho com suave sorriso e uma pontinha de ciúme: "A casa dele é a Rádio Progresso. É lá que está a vida dele". Com certeza, ele não suportaria viver fora do rádio, não viveria, seria um peixe fora dágua. Além de dedicar respeito, admiração, fidelidade e lealdade ao Vigário do Juazeiro e do Nordeste, Wellington adorava o jeito carinhoso do Padre Murilo de Sá Barreto ao tratar os animais. Depois de uma visitinha que eu e ele fizemos ao vigário, na volta para a Rádio Progresso, atravessando a Praça Padre Cícero, Wellington brincou: "Cara, eu queria ser um gato de estimação do Padre Murilo porque, além de receber as visitas com cafezinho e sequilho na mesa paroquial, ainda teria respeitados todos os meus direitos humanos"(risos). Wellington amava os Beatles, sobretudo John Lennon e Paul McCartney, exercendo uma verdadeira devoção aos garotos de Liverpool que conquistaram o mundo Após uma farra jovem da noite boêmia do Juazeiro, no final de 1969, voltávamos os dois descendo a pés (ainda não tínhamos carro), pela Rua São Pedro, deserta, silenciosa, nem parecia a Rua São Pedro. Quando chegamos no cruzamento com a Rua Alencar Peixoto, uma ideia: "Vamos imitar os Beatles na travessia da Abbey Road em Liverpool" Ele foi na frente, eu atrás. Ao final: - "Sem a faixa de pedestres, ficou meio sem graça, né?!". - Teria sido melhor com Aguinaldo e Sobreira. - Aí teria sido pra posteridade! (risos). E seguimos cantarolando Yesterday como se fôssemos dois Beatles perdidos na noite do Juazeiro, felizes. Não precisávamos de razões para viver, apenas de pretextos. Wellington era muito agregador, parece que curtia o ideal de Platão: "o que importa não é viver, mas viver bem". Cultivava amizades com todos da Radio Progresso, mas, comigo, era um amigo de verdade, denso e intenso. E a minha reciprocidade era total e verdadeira. De formação religiosa salesiana, como eu, Wellington era devoto do Padre Cícero, discreto mas devoto. De vez em quando lembrava uma frase episódica do Padre Cícero especialmente relacionada ao Juazeiro, com suas palavras:"Esta cidade ainda vai crescer muito, para espanto de muita gente". Para ele, Padre Cícero era o melhor prefeito do Juazeiro mesmo depois de morto porque em seu nome muitas coisas estavam acontecendo e muitos melhoramentos chegando como provas de sua força poderosa em favor da cidade.Sempre que se referia ao Padre Cícero usava a mesma expressão: "O homem é forte". Defensor ardoroso do Juazeiro, Wellington, às vezes, vibrava mais do que eu com minhas matérias sobre a cidade no Diário de Pernambuco, o mais antigo da América Latina; "Cara, você está prestando um grande serviço ao Juazeiro, mais do que muitos políticos. Padre Cícero um dia vai lhe pagar. Não sei como, mas ele vê tudo que a gente faz aqui por sua cidade amada. Pode crer!". Wellington Amorim tinha um grande desejo em relação ao futuro: "Meu sonho é chegar aos 80 anos e ver Juazeiro transformado na verdadeira Capital do Cariri, para calar a boca de um monte de gente besta da vizinhança". Wellington gostava do Juazeiro inteiro, mesmo dos lugares mais pobres, mas ele tinha o foco principal na Praça Padre Cícero, não só por sua linda história, mas também por ser o centro de referência e convergência da cidade, que ali se encontrava desfilando sua vida, sua beleza, seus sonhos e suas alegrias.Um grande desejo profissional de Wellington: entrevistar o craque Pelé, Rei do Futebol Mundial. Conseguiu em 03 de abril de 1974 quando Pelé esteve no Juazeiro com o Santos. Jogou e venceu um combinado do Juazeiro por 2 X 0 no Romeirão. Foi,para ele, um dia de êxtase, de realização, de felicidade, um golaço. Nesse tempo eu era Editor-Chefe da Rede |Globo Nordeste.Coincidentemente, quando o Santos, voltando do Juazeiro, passou pelo Recife, Pelé me concedeu uma entrevista exclusiva no Hotel São Domingos (então o hotel dos times de futebol), anunciando ter recebido convite para participar de um filme sobre KugFu. Saiu no Jornal Nacional. Wellington tinha um carinho especial pelo Colégio Salesiano do Juazeiro, onde estudou e teve o privilégio de conviver com o diretor Padre Gino Moratelli que deixou na cidade sua marca de célebre educador da congregação de Dom Bosco. "Meu tempo no Salesiano foi bom demais, jamais vou esquecer. Os professores, os jogos, os colegas, as festas, o desfile de Sete deSetembro, os shows de teatro, os passeios, os recreios... tudo era uma maravilha. O que lá aprendi é para o resto da vida". Wellington era fascinado pelo Mercado Central do Juazeiro pois sentia nele a cidade viva e ativa,como formigueiro humano, diariamente mostrando sua operosidade e sua capacidade de reinventar-se para novas conquistas, sobretudo de visitantes. De vez em quando me chamava para lhe fazer companhia até lá onde tinha uma banquinha com uma guloseima que adorávamos: quebra-queixo. Éramos tão amigos de verdade que chegamos a paquerar a mesma menina, uma linda de nome Val, filha de próspero comerciante do Juazeiro. Ela gostava de passar pela rua Santa Luzia, porque era a "rua do broadcasting". Ficávamos na janela da Rádio Progresso olhando, sorrindo e piscando para a belezura em desfile. E a patricinha correspondia. Sabíamos que não tínhamos chance, mas não custava nada tentar e fantasiar. Não éramos pés-de-poeira, mas éramos plebeus. Deu em nada. De família simples, Wellington era simples, mas sempre elegante e de gosto seletivo, mantendo boa aparência para agradar a mulherada que o cercava como um galã do meio artístico. Divertia-se com esse assédio: "Minha despedida de solteiro vai ser na Quadra João Cornélio lotada dessas meninas, vai ser uma Festa de Arromba"(risos). Muito romântico e paquerador, mas centrado e prudente nas suas relações afetivas, renunciou às dezenas de garotas que o desejavam como parceiro e acabou encantado por um moça de boa família de Missão Velha, Região Metropolitana do Juazeiro, discreta, inteligente, bonita, carinhosa e companheira, chamada Maninha, com quem casou e constituiu família. Quando eu vinha ao Juazeiro, ele fazia questão de me convidar para almoçar na sua casa na rua da Boa Vista, centro da cidade. Na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, eu estava no Juazeiro. Assisti os jogos do Brasil com ele na casa dele. Depois da administração municipal histórica do prefeito Mauro Sampaio, Wellington queria ver o médico Manoel Salviano seguindo os mesmos passos pelo progresso do Juazeiro. Engajou-se na campanha de 1983. Criou e lançou no rádio uma propaganda subliminar para o período sem autorização da legislação eleitoral: "Salve Ano 83" que sonoramente se ouvia "Salviano 83". Salviano foi eleito, Wellington virou assessor de imprensa municipal e foi nessa condição que morreu em 22 de outubro de 1984, com apenas 36 anos de idade, vítima de um aneurisma cerebral.Foi-se 44 anos antes da idade que pretendia alcançar e ver Juazeiro como Capital do Cariri. Vale para ele o que disse Homero nas palavras de Penélope: "Curta é a vida humana, mas quem vive sem mácula praticando ações irrepreensíveis é apregoado como pessoa do bem".Se ser amigo de verdade é relacionar-se com outro usando palavras de afeição, compreensão, estímulo, sabedoria e vibração, nunca de desconsideração, desaprovação ou desmotivação, então eu e Wellington Amorim fomos amigos de verdade,algo semelhante ao diamante verde cristalino: raro, valioso e eterno. Valeu amigo, irmão, camarada!. Saudade! .

*Jota Alcides, jornalista e escritor, é autor de "PRA-8 O Rádio no Brasil" e "O Último Repórter Esso".-

domingo, 4 de setembro de 2016

JUAZEIRO DO MEU TEMPO. AGUINALDO CARLOS: PORTA DA FELICIDADE - Por Jota Alcides

Quando o genial poeta português Fernando Pessoa disse que " é preciso ser realista para descobrir a verdade, mas é preciso ser romântico para criá-la" estava vinculando essa verdade a outra do seu pensamento que se tornou universal: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena." Durante 20 anos, ele foi vereador em Juazeiro Norte, inclusive presidente da Câmara Municipal, trabalhando fervorosamente pelo desenvolvimento da cidade. Foi, também, duas vezes, Secretário municipal de Cultura, nas gestões dos prefeitos Calos Cruz e Manoel Santana. Foi ainda bancário do Banco da Bahia inaugurado no Juazeiro em 1965. Apesar dessa notável carreira política, do êxito bancário e da formação superior em Direito, sua verdadeira realização sempre foi no rádio. Atualmente apresentador de telejornal na TV Verde Vale do Juazeiro, Aguinaldo Carlos começou na Rádio Iracema do Juazeiro, em 1962, como locutor comercial, convidado pelo diretor Coelho Alves, de quem era vizinho na rua Santa Rosa. De família simples, mas educada e honrada, orientada por civismo e dignidade, foi sempre um batalhador e confiante no futuro. Seu primeiro contato com o rádio ocorreu em Diamantina|(MG), onde morou por causa da mobilidade profissional do pai, José Carlos de Souza, que era instrutor do Tiro de Guerra e ficava mudando de cidade atendendo ordens da organização militar. Lá, ainda criança gostava, de ouvir os programas de rádio-teatro da Rádio Nacional do Rio, então líder de audiência no Brasil. Quando ingressou na Rádio Iracema, ele não sabia mas estava entrando na Porta da Felicidade. Estava para começar, em 1965, no Brasil um movimento cultural, com o nome Jovem Guarda, liderado pelo cantor Roberto Carlos, ditando música, linguagem, moda e comportamento da juventude brasileira, numa clima de contagiante descontração, alegria e romantismo. Sua principal influência era o rock and roll do final da década de 1950 Embora não tivesse qualquer objetivo político ou ideológico, seus idealizadores inspiraram-se no revolucionário russo Vladimir Lenin, que havia dito "o futuro pertence à jovem guarda porque a velha está ultrapassada". Foi assim que Roberto Carlos virou o Rei do Iê-Iê-Iê, numa alusão à expressão yeah-yeah-yeah presente em sucessos dos Beatles, Erasmo Carlos, o Tremendão, e Wanderléa, a Ternurinha...Ao mesmo tempo, Juazeiro ia entrar na época de ouro do rádio no Cariri, anos finais da década de 1960. Na Rádio Iracema, Aguinaldo Carlos fez sucesso com o programa Parada da Jovem-Guarda, todas as manhãs. Com seu espírito bem humorado, brilhou como índio Guará, representando o time do Guarani no programa de radio-teatro esportivo "Em Defesa da Bandeira", conduzido pelo narrador Luiz Carlos de Lima. Seus colegas, nesse programa, eram o comentarista José Boaventura, como Louro Fabril, representando o time do Icasa, Lucier Menezes, como Zé Carijó, representando o Treze Atlético Juazeirense, e mais Cícero Antonio., uma espécie de coringa. O programa era gravado nas sextas à noite e levado ao ar aos domingos esquentando a torcida antes das jornadas esportivas, com grande audiência em todo o Cariri. Era um programa satírico que malhava as decisões inadequadas ou equivocadas de dirigentes e jogadores dos clubes da cidade, Mas, certa noite de gravação, aconteceu o surpreendente, inusitado e extraordinário: De repente, apareceu um elemento estranho na emissora, em noite de chuva, vestindo enorme capa preta e de óculos escuros, parecendo um detetive americano. Pela ausência de segurança na portaria da radio, entrou fácil. De imediato, o grupo pensou que fosse algum torcedor fanático querendo fazer alguma retaliação às críticas do programa aos clubes. Mas, quando viu aquela marmota e percebeu que o estranho, com a capa preta aberta de baixo para cima até a cintura, mostrando-se completamente sem roupa, Aguinaldo Carlos, com seu espírito brincalhão, numa referência aos guerrilheiros que então infernizavam Montevidéu, no Uruguai, gritou: "Olhe um tupamaro aí, gente!". Gargalhada geral. Era apenas um bêbado desnorteado e inofensivo, perdido na noite. Foi retirado com delicadeza, mas a risadagem continuou e a gravação do programa só terminou pelas 3 horas da manhã. Em 1967, Aguinaldo Carlos mudou de prefixo indo para a nova emissora do Juazeiro, a Rádio Progresso. Era disck-joquei, apresentador de jornal, animador de auditório e participante de radio-teatro. Mas fez sucesso mesmo com o programa "Vamos aplaudir a jovem-Guarda" que apresentou aos domingos juntamente com Joao Sobreira. Era uma "Festa de Arromba". Era um fenômeno avassalador. Os grandes astros da época e seus sucessos, The Beatles, Roberto Carlos, Erasmo Carlos , Eduardo Araújo, Sylvinha Araújo, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Martinha, Vanusa, Rossini Pinto, Leno e Lílian, Evinha (Trio Esperança), Deny e Dino, Paulo Sérgio, Dick Danello, Reginaldo Rossi, Sérgio Reis, Antônio Marcos, Kátia, Cilene, Waldirene, Ed Wilson, Ronnie VON, Jorge Ben Jor, Tim Maia, Aguinaldo Timóteo, Renato e seus Bluecaps, The Fevers, Golden Boys, ,Os Incríveis, Os Vips, Os Jovens, The Pops e outros levavam as garotas ao delírio. Com elas, um cheirinho gostoso de chiclete de morango no ar. Entre as mocinhas fãs do programa estava a bonita Fátima Barbosa, filha do diretor da emissora, Menezes Barbosa. Aguinaldo já a conhecia porque sua mãe, dona Seví, era a costureira dos vestidos  dela. Olhando aqueles vestidos...e vislumbrando a belezura dentro deles, deu-se um alumbramento .E rolou uma paixão, que o destino, por preocupações de Menezes Barbosa com o futuro, quis anular, mas o próprio destino se encarregou de sacramentar. Bateu a lição de Sêneca, o filósofo grego, "o destino conduz o que consente e arrasta o que resiste". Destino é destino, o amor chegou como um furacão que não pede licença para entrar. O destino decide quem vamos encontrar em nossa vida, mas o coração escolhe com quem vamos ficar. Aguinaldo casou-se com Fátima e construiu com ela, uma bela família, para tranquilidade e alegria de Menezes Barbosa. Bateu a lição de Herman Hesse: "A alegria e o sofrimento são inseparáveis como compassos diferentes da mesma música".No Juazeiro do Meu Tempo, alem desse envolvimento direto com rádio, Aguinaldo Carlos foi vocalista do conjunto musical "Jovem Guarda", formado em Juazeiro do Norte em 1966, o primeiro do gênero no Cariri e que teve uma existência de 10 anos ganhando fama até nos Estados vizinhos ao Ceará. É tão forte a presença da Jovem Guarda em Aguinaldo Carlos que ele detém o maior acervo pessoal do gênero no Cariri: mais de três mil discos em vinil e mais de 500 CDs, onde estão preservados os maiores sucessos do Iê-Iê-Iê.. Por sua paixão musical, ficou famoso no Juazeiro como "o cara da Jovem Guarda". Mas, conservador, ficou conhecido também pelo seu animal de estimação: uma Belina marrom velha,de 1900 e tanto, "completa de sem": sem ignição, sem vidros elétricos, sem buzina, sem ar condicionado, sem uma das marchas e sem freio. Durante algum tempo, cabia ao passageiro corajoso que lhe acompanhasse uma foto do Padre Cícero como garantia de proteção. Por que tanta estimação? Ele sempre desconversou: "Roberto Carlos tem o calhambeque dele e eu tenho o meu. Esse é meu carango velho de guerra!". Por isso tudo, a música da Jovem-Guarda vive lhe emprestando saudade quando toca "A Volta", dos Vips, trilha sonora da memorável tempestade romântica de sua vida: "Estou guardando o que há de bom em mim, para lhe dar quando você chegar, toda ternura e todo meu amor, estou guardando pra lhe dar... Grande demais foi sempre o nosso amor mas o destino quis nos se...parar e agora que está perto o dia de você chegar o que há de bom vou lhe entregar". Romântico assumido, criativo, talentoso, volutarioso, honesto, correto e bom caráter, sempre pautou sua vida em família, no trabalho e na comunidade por grandeza de alma. Sendo assim desde sempre, ainda muito jovem, aos 14 anos, Aguinaldo foi contemplado pelo Mestre Coelho Alves que lhe abriu a Porta da Felicidade profissional e pessoal para o fascinante mundo do rádio e para o mundo espetaculoso da Jovem Guarda. Anos dourados, belas músicas, belos dias, belas tardes jovens de domingo, dias alegres, noites encantadoras, fantasias, sonhos, ilusões. Mas, agora, "o que foi felicidade é só saudade" dos embalos inesquecíveis que não voltam mais. Ainda bem que eles podem ser revividos com audições da Saudade Jovem que não passa nunca. Nem vai passar pois o teólogo, filósofo e escritor Roque Schneider já decretou: "o amor é a melhor música na partitura da vida". Aguenta coração! !

*Jota Alcides, jornalista e escritor, é autor de "Padre Cícero segundo Mestre Athayde " e "Padre Cícero - O poder de comunicação".